• O loito de Alice
A tarde, dolente, caía
As horas rolavam rumo ao sáfiro horizonte,
Eólio dormia e os seus núncios nem buliam.
O trigo, fulvo, preguiçava na doce modorra
Do entardecer,
Pávido da estática circunstância da Natureza.
Na ribeira, as pedras chiavam baixinho
E a água, pedia vénia para continuar.
Mais perto, o malmequer escondia a gema do seu ser,
Para não contrastar com o magenta da noite
Que já se mostrava.
Nada mexia, nada se ouvia,
Pois junto ao pélago dos narcisos
Pranteava-se o loito de Alice
Que em alabastrino trajo jazia
E o álacre viço do verde clareava.
As mãos, ainda cheias de ardor
A Eros ofertava.
CLF
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